Por Henrique Bredda
Em um mundo onde a vontade da maioria é exaltada como o ápice da civilização humana, há uma tentação constante de submeter todas as questões à votação. No entanto, existe uma esfera que deve permanecer inviolável e imune às flutuações das opiniões públicas: os valores morais.
A honestidade, a bondade, a verdade, a justiça, a beleza são valores intrínsecos que não podem ser definidos ou alterados pelo consenso popular. Os princípios universais independem da aprovação da maioria. A moralidade não é um conceito negociável, mas uma realidade objetiva.
Platão, por exemplo, argumenta que a justiça e a bondade existem em um reino das Formas, sendo ideais perfeitos e imutáveis. Santo Tomás de Aquino sustenta que os valores morais emanam da natureza de Deus e, portanto, são eternos e universais.
Esses valores não podem ser alterados por votos ou decisões populares porque são inerentes à própria estrutura da realidade. A honestidade é valiosa não porque a maioria das pessoas concorda com isso, mas porque ela reflete uma adesão à verdade, que é um atributo fundamental do próprio ser. A justiça não se torna válida apenas quando uma sociedade a ratifica, mas porque ela é um princípio que garante a equidade e a dignidade de cada ser humano, independentemente das circunstâncias.
Permitir que os valores morais sejam decididos por votação abre a porta para a relatividade moral, onde o certo e o errado são determinados pelas flutuações das opiniões majoritárias. Isso não só mina a integridade dos princípios morais, mas também coloca em risco os direitos e a dignidade dos indivíduos.
Por que os valores morais são universais e transcendem culturas, épocas e sociedades? Por que a verdade e a justiça, como valores fundamentais, não podem ser sujeitos a votação? Porque a verdade, a beleza, a bondade, a justiça, são criações divinas, princípios e valores diretamente ligados a Deus.
Deus não está sujeito a consensos ou votações. No entanto, ao defender a Verdade, prepare-se para sofrer resistências e, até mesmo, martírio.
"Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas."
– Mateus 10:16-18