Só os muito ingênuos ainda não perceberam que a suposta tentativa de golpe levantada pela Polícia Federal lulista, e bancada pela imprensa mercenária do país, tem como um dos seus alvos principais a inviabilização do projeto de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro, que já estava ganhando força no Congresso.
Na esteira desse projeto, poderia vir o retorno dos direitos políticos de Jair Bolsonaro, o que, depois dos resultados das eleições municipais no Brasil, quando a esquerda tomou uma surra, e após as eleições americanas, com o retrono de Trump ao poder, passou a ser o maior pesadelo dos esquerdistas.
Mal o assunto veio à tona e o PT já pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o arquivamento da proposta que concede anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O partido do presidente Lula argumentou que o projeto “é de todo inoportuno e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”.
No documento, a legenda citou o atentado a bomba ocorrido na Praça dos Três Poderes no último dia 13 e a operação da Polícia Federal que investiga um suposto plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o líder da sigla na Câmara, Odair Cunha (MG), protocolaram o requerimento nesta quarta-feira (20).
“Os recentes e gravíssimos acontecimentos relacionados com o objeto de deliberação do presente Projeto de Lei configuram inquestionável perda de oportunidade, de maneira que se faz necessário o seu arquivamento”, justificou o partido.
Para o PT, o atentado e a Operação Contragolpe “apontam no sentido oposto ao objetivo” do PL da anistia. Gleisi e Cunha ressaltaram que a “perspectiva de perdão impunidade” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro “tem sido um poderoso estímulo à radicalização extremista”.