O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta "acelerar" o processo de extradição do jornalista Allan dos Santos, do Terça Livre. O Ministério da Justiça contatou o governo dos Estados Unidos e a Interpol para obter informações sobre o andamento do processo, segundo informações da Folha de S. Paulo e da CNN Brasil. O trâmite, porém, descrito no site do Ministério da Justiça dos EUA, tem diversas fases e não depende mais do governo do Brasil.
Atualmente, se não houve um novo pedido de extradição pela acusação de outros crimes, a decisão de quando e se isso irá de fato ocorrer cabe exclusivamente ao governo dos Estados Unidos, ao contrário do que possam parecer as declarações do ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino.
Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a embaixada do Brasil, em Washington, apresentou o pedido de extradição do jornalista ao Departamento de Estado norte-americano, em 15 de novembro de 2021, e agora só resta aguardar.
Moraes ainda chegou a pedir a extradição de Santos dos Estados Unidos e a inclusão do seu nome na lista de procurados pela Interpol, o que não ocorreu. À Veja, a secretaria geral da Interpol, que tem sede em Lyon na França, respondeu, em dezembro de 2021, que os pedidos para inclusão na lista vermelha são analisados por uma força-tarefa especializada.
Segundo a Interpol, é "estritamente proibido à Organização realizar qualquer intervenção ou atividade de caráter político, militar, religioso ou caráter racional".
Allan dos Santos é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) - os inquéritos que apuram supostos ataques à democracia pela disseminação de fake news (Inquérito 4.871) ou por meio de milícias digitais nas redes sociais (Inquérito 4.874). O pedido de extradição de Allan dos Santos está no âmbito do segundo inquérito.
O jornalista teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em outubro de 2021.
Com informações da Gazeta do Povo