Além da aplicação da censura sumária, que retira simplesmente das mídias qualquer discurso que questione os métodos ou a atuação do governo, está em vigor também a estratégia do discurso único, ou seja, os meios de comunicação que não reproduzirem os fatos da forma como são reproduzidos pelos veículos aparelhados pelo Estado, podem sofrer represálias pesadas.
Classificar corretamente os que participaram dos atos em Brasília como manifestantes, por exemplo, se tornou um pecado capital na cartilha dos déspotas que agora governam o nosso país, respaldados pela legião de zumbis doutrinados das redações, que lhes servem de fiscais e delatores.
O controle estatal da mídia, o Grande Irmão que agora tudo vê e classifica, decidiu que os manifestantes são na verdade terroristas golpistas, e ai de quem questionar esse absurdo, forjado nos laboratórios ideológicos dos novos dominadores.
O objetivo dessas estratégias restritivas e totalitárias, é chegar um dia ao ponto em que um só discurso, favorável aos governantes, circule nos meios de comunicação, dando à parcela menos crítica da população, a falsa impressão de que tudo é exatamente como eles publicam. Sem ter como contrapor, não há como duvidar.
Os nazista e os comunistas foram os primeiros a usar como método, o recurso doutrinário baseado nessa premissa de que uma mentira repetida várias vezes, acaba passando por verdade no imaginário popiular.
O cidadão deperto, que busca realmente esclarecimento sobre as verdades dos fatos, vai ter cada vez mais trabalho para garimpar, nos meios de comunicação que ainda conseguem driblar a censura, as informações consistentes e verídicas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destituiu toda a diretoria da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) na noite de sexta-feira (13) e nomeou a jornalista Kariane Costa para a presidência, de forma interina.
A troca no comando foi acelerada após a linha editorial adotada nos atos golpistas do último domingo (8), segundo auxiliares do chefe do Executivo. Os diretores eram ainda da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A avaliação é a de que a estatal estava com uma postura distante da adotada pelos demais veículos de imprensa, com o objetivo de minimizar os atos.
Um integrante do governo citou, como exemplo, que as pessoas que depredaram a sede dos três Poderes eram chamadas de manifestantes, em vez de vândalos ou golpistas.
Tanto a nomeação de Kariane, quanto a exoneração dos diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL) saíram em edição extra do Diário Oficial da União na sexta. Foram destituídos o presidente, diretor geral, a diretora de jornalismo e o de administração. O de conteúdo, Denilson Morales da Silva, é servidor de carreira da EBC, continua no cargo.