Da noite para o dia, uma empresa de varejo com ações na Bolsa perdeu 20 bilhões do seu valor. O investimento dos acionistas simplesmente foi pulverizado, sem que eles tivessem tempo de perceber qualquer tendência de queda brusca nas ações, como é natural nesses casos.
Imediatamente depois do anúncio do prejuízo, uma pergunta começou a ser feita:
Como os balanços anteriores realizados na empresa não identificaram essa tendência tão forte ao prejuízo?
A inconsistência contábil de R$ 20 bilhões das Lojas Americanas tem sido apontada como um dos episódios mais graves da história do mercado de capitais brasileiro.
As ações da companhia listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, caíram mais de 80% no pregão desta quinta-feira (19) em comparação à última quarta-feira (11), data em que foi anunciado o fato relevante (comunicado feito pela empresa direcionado aos acionistas, mercado e para a Comissão de Valores Mobiliários).
A varejista antes gozava de prestígio no mercado, apesar da queda em suas ações no último ano, diretamente impactadas pelo aumento da taxa de juros.
Afinal, o sócio majoritário da companhia é o 3G, grupo empresarial liderado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, conhecidos por serem três dos homens mais ricos do Brasil. Então como foi possível “sumir” R$ 20 bilhões?
Paulo Lemann, é sempre importante lembrar, foi o financiador de eventos nos EUA, com a participação dos ministros do Supremo, para discutir formas de combater a ascensão da direita no Brasil. Eventos esses em que o ex-presidente Bolsonaro foi diretamente atacado nas palestras.
Em uma de suas participações noeventos organizados por Lemann e Joaõ Dória, o ministro Barroso chegou a declarar em uma conversa com a deputada Tábata Amaral ,se referindo as eleições presidenciais que se aproximavam: "Nós vamos ganhar"
Lemann, é claro, também foi um dos mais importantes e decisivos apoiadores da campnha do atual presidente, e anunciou o seu apoio publicamente.
Para deixar o cenário ainda mais obscuro em relação a esse caso, o governo já sinaliza que vai facilitar as coisas para que as Americanas possam se recuperar financeiramente, dando privilégios fiscais à empresa. O pedido de recuperação judicial já foi feito e a Justiça brasileira já aceitou.
Será que isso aconteceria se o mesmo problema tivesse acontecido com a Havan?