Gazeta do Povo
É difícil perder velhos hábitos. Uma vez partidário da falácia esquerdista da divisão de classes entre proletários e burgueses, uma das primeiras lições das escolas de pensamento marxista, o asco com o setor produtivo se manifesta sempre que pode.
É o que acontece com Lula quando que não está sendo orientado ou acompanhado de seus assessores e acaba por soltar a língua contra quem produz, como quando acusou o agronegócio de ser “fascista e direitista”, afirmação que depois tentou remendar sob a justificativa de que não se tratava de uma generalização: só uma parte dos produtores rurais seriam, de fato, fascistas e por isso “não gostavam dele”.
Desta vez, o alvo foram os empresários, a quem Lula acusou de não trabalharem: “Empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ele ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam”, disse em entrevista à GloboNews.
Na mesma entrevista, o presidente colocou a responsabilidade fiscal como um entrave aos programas sociais. “Elas (a responsabilidade social e a responsabilidade fiscal) são antagônicas por causa da ganância, sabe, das pessoas mais ricas”, disparou.
E prometeu uma reforma tributária “para que as pessoas mais ricas, que vivem de dividendos, para pessoas que ganham mais dinheiro paguem mais Imposto de Renda. E quem ganhe menos pague menos”, praticamente repetindo o que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia dito na terça-feira (17) em Davos.