Por Fábio Galão/Gazeta do Povo
O desastre econômico do chavismo na Venezuela é tão grande que o governo comemorou o fato de o país ter fechado 2022 com uma inflação de 305,7%, uma das mais altas do mundo, mas que representou menos da metade da verificada no ano anterior, quando a variação acumulada dos preços foi de 660%.
No final de 2021, a Venezuela havia se livrado da hiperinflação, ao completar 12 meses com variações mensais abaixo de 50%. Nos anos anteriores, o país havia enfrentado taxas de inflação absurdas, registrando um aumento de preços de inacreditáveis 130.060% em 2018.
A forte queda na inflação foi causada por decisões como freio nos gastos públicos e restrições ao crédito. “Posso declarar politicamente, com o resultado da gestão da inflação entre os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, que foi de um dígito com tendência de queda, que a Venezuela está saindo do estado de hiperinflação”, afirmou o ditador Nicolás Maduro em janeiro do ano passado.
Entretanto, o país parece estar prestes a mergulhar novamente na hiperinflação. Ao divulgar em janeiro a inflação de 2022, o órgão independente Observatório Venezuelano de Finanças (OVF) já havia alertado que, apesar do resultado acumulado melhor na comparação com 2021, em dezembro a taxa venezuelana ficou em 37,2%, 15,3 pontos percentuais a mais em relação a novembro e o maior patamar em 22 meses.
Esta semana, o OVF divulgou que a aceleração inflacionária continuou em janeiro, com uma taxa mensal de 39,4% e uma variação interanual de 440%.