Por Silvio Ribas/Gazeta do Povo
No último domingo (30), o Paraguai realizou pela primeira vez eleições gerais com urnas eletrônicas, que agilizaram a divulgação do resultado – menos de quatro horas após o fechamento das seções eleitorais, já se sabia matematicamente que o presidente eleito era Santiago Peña, do conservador Partido Colorado.
As urnas paraguaias são diferentes dos aparelhos usados no Brasil. No Paraguai, o eleitor insere um boletim na parte de cima da urna (os paraguaios não usam o termo urna eletrônica, e sim máquina de votação). O eleitor então digita na tela suas opções de candidato.
Concluído esse processo, a máquina puxa o boletim e imprime no papel os nomes dos candidatos escolhidos. O eleitor pode conferir se a máquina computou corretamente seu voto ao justapor um ícone impresso no boletim a outro ícone idêntico abaixo da tela.
Uma lei paraguaia de 2019 determina que nesse ponto a versão impressa do voto, “devidamente assinada pelas autoridades eleitorais”, deve ser “depositada pelo eleitor nas urnas convencionais previstas para votação com cédulas ou boletins, os quais devem ficar devidamente protegidos”.
Entretanto, esse modelo não tranquilizou os políticos paraguaios e o resultado foi questionado pelos candidatos derrotados por Peña. Paraguayo Cubas, que ficou em terceiro lugar na disputa, alegou ainda no domingo que houve fraude.