O número de países comandados por ditadores é maior do que o das democracias plenas pela primeira vez no mundo desde 1995. Em 2022, os níveis globais de democracia caíram abaixo do resultado de 1986, segundo o relatório anual sobre democracia do instituto sueco V-Dem.

Basta dar uma olhada na virada ideológica que aconteceu na América Latina nas últimas eleições, para perceber o grande risco a que a liberdade está exposta.

Na Venezuela o chavismo se mantém há mais de duas décadas, com estratégias de permanência no poder que já incluem até o uso da violência. Na Argentina, um partido de esquerda levou o páis à falência. No Chile um jovem lider estudantil, sem preparo algum, assumiu a presidência da República.

A Colômbia, desde o ano passado, está sendo governada por um ex-guerrilheiro. Na Nicarágua, um ditador se dedica a perseguir e prender jornalistas e religiosos para silenciar as vozes discordantes.

O próprio Brasil não se enquadra na categoria de democracia plena e, pelo que tudo indica, deve se afastar desse ideal com as propostas em andamento. 

Nessa linha, a aproximação do Brasil aos regimes autoritários da Rússia, China, Cuba, Venezuela e Nicarágua, para citar alguns, preocupa muito.

Ao invés de seguir os trâmites para adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e ficar ao lado das democracias plenas do mundo, o Brasil parece querer se alinhar aos países não-democráticos. Mas isso não é tudo.

Prisões arbitrárias de quem discorda do poder vigente, cassação sumária de parlamentares eleitos pelo voto popular com simples canetadas do judiciário, cerceamento da liberdade de expressão garantida pela Constituição, já são episódios corriqueiros em terras brasileiras.

A suposta vitória da esquerda brasileira nas últimas eleições e a sua consequente ascensão ao comando do país, só agravou uma tendência que já vinha sendo estabelecida, com a ajuda, inclusive, dos veículos corrompidos da grande imprensa nacional.