Weslei Oliveira/Gazeta do Povo
Em 2019, ao tomar posse como presidente da Argentina, o esquerdista Alberto Fernández, que vive seus últimos meses no cargo, disse as seguintes palavras em seu discurso:
“Precisamos de um novo contrato social, fraterno e solidário, porque chegou a hora de abraçar o diferente. Este é o espírito do tempo que inauguramos hoje. Para colocar a Argentina de pé, temos que superar o muro do rancor e do ódio, o muro da fome que afasta os homens”.
Passados quatro anos, a Argentina não só não superou o muro do ódio e o da fome, como também se vê a cada dia mais afundada em dívidas, na alta inflação e no aumento da pobreza.
O país vizinho passa pelo acirramento de uma de suas maiores e mais complexas crises econômicas. Essa crise impacta todos os setores da economia local e a vida da população, que vê seu poder de compra se esvair a cada semana.
Entre todas as pessoas afetadas, as que mais sentem a crise agravada pelo peronismo são aquelas que dependem diretamente do cuidado e da atenção dos mais velhos.
Alberto Fernández também disse no dia da posse que “uma em cada duas crianças é pobre em nosso país”.
No entanto, a preocupação do presidente ficou somente no discurso. Na prática, durante seu governo foram justamente as crianças argentinas que mais sofreram com a falta de assistência, empregos e oportunidades para os seus responsáveis.
Em seu levantamento mais recente, divulgado em março deste ano e baseado em dados coletados em 2022, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) revelou que mais 400 mil menores de 14 anos passaram para baixo da linha da pobreza no país, o que elevou o total de crianças pobres para 5,9 milhões.