Na terça-feira (1º), o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) se o ministro da Justiça, Flávio Dino, não entregar as imagens das câmeras de segurança de seu ministério.
A julgar pelo nível de parceria entre a Corte e Dino nos últimos meses, uma decisão do STF que contrarie o chefe da pasta da Justiça é improvável.
Dino tem sido o principal elo entre o Executivo e o Supremo nas iniciativas contrárias à liberdade de expressão da direita no Brasil.
Desde que entrou no poder, demonstra alinhamento com a Corte no discurso e nas ações, e faz com frequência gestos de solidariedade aos ministros.
No último domingo (30), Dino recorreu ao Twitter para chamar atenção para uma estatística publicada pelo site Poder360, segundo a qual ministros do STF teriam sido "hostilizados" 74 vezes nos últimos 6 anos.
A lista inclui ofensas leves – como o ex-presidente Jair Bolsonaro chamando o ministro Luís Roberto Barroso de "imbecil" – e comentários críticos que dificilmente seriam considerados ofensivos em uma democracia funcional, como um grupo de brasileiras em Nova York questionando Gilmar Mendes se "o crime compensa" no Brasil. Para Dino, no entanto, tratam-se de "agressões à Constituição".
Fonte: Gazeta do Povo