Uma entrevista concedida pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) ao jornal O Estado de S.Paulo gerou polêmica. Na matéria, publicada no sábado (5), Zema disse que estados do Sul e do Sudeste atuarão em bloco no Congresso para evitar perdas econômicas:
“Além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político.”
Os governadores das duas regiões estão organizados no Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), atualmente presidido por Ratinho Júnior (PSD), do Paraná. Uma das primeiras ações do grupo foi durante a votação da proposta de reforma tributária na Câmara.
O texto original previa um conselho federativo para gerir o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) com representação igualitária de cada estado. “Nós queremos proporcional à população. Por que sete estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam”, disse Zema.
O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), presidente do Consórcio Nordeste, divulgou uma nota no domingo (6) em que classifica como “preocupante” a defesa feita por Zema.
Ele afirma que o discurso “indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”, e que a entrevista aprofunda “a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”.
Segundo ele, a união dos estados do Norte e do Nordeste não representaria uma guerra contra os demais estados da federação, “mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento”.
ZEMA REBATE
Em resposta às críticas, Zema afirmou que a formação do Cosud "jamais será pra diminuir outras regiões". "Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços. Diálogo e gestão são fundamentais pro país ter mais oportunidades", escreveu o mineiro em suas redes sociais.
Fonte: Gazeta do Povo