Walter Delgatti Neto, hacker que invadiu contas do Telegram de membros de força-tarefa da Lava Jato, disse nesta quinta-feira (17) que teria participado de reuniões no ano passado com a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outros membros do PL, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, e o marqueteiro Duda Lima, para tratar sobre urnas eletrônicas.
Delgatti Neto é o mesmo hacker que foi acusado de invadir aplicativos de mensagens do ex-procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e vazar informações que depois foram usadas para destruir a operação.
Em depoimento à CPMI dos atos de 8 de janeiro, ele afirmou que a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria planejando forjar a invasão de uma urna eletrônica durante as celebrações de 7 de Setembro de 2022.
Na reunião em que isso teria sido tratado, Waldemar da Costa Neto não teria estado presente.
Walter Delgatti repondeu com riqueza de detalhes e entusiasmo a todas as perguntas feitas pelos deputados da base do governo, tomando nitidamente o cuidado de envolver nomes da direita em situações que configuram práticas criminosas.
Durante a tarde, quando foi a vez das perguntas feitas pela bancada de oposição, ele abusou do direito de ficar em silêncio e chegou a chamar o senandor Sérgio moro de criminoso, sem que a presidência da mesa da CPMI tomasse providência alguma para puní-lo por esse comportamento.
Delgatti está preso desde agosto, no âmbito da operação 3FA da Polícia Federal que também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli.
Quanto à CPMI. já está claramente aparelhada e dominada pelo governo, e se tornou mais um jogo de caratas marcadas.
Fonte: Gazeta do Povo