Uma das principais promessas de campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, era reduzir a desigualdade social. Mas o espaço para o cumprimento dessa meta em seu mandato é pequeno, mesmo diante da expectativa de retomada da economia nos próximos anos.
Um estudo feito pela Tendências aponta que o crescimento de renda nas diferentes classes sociais deve ser mais parelho em 2023 e 2024. Porém, a partir de 2025 o avanço do rendimento médio domiciliar das classes A e B – aquelas que ganham mais de R$ 7,6 mil mensais, segundo critério da consultoria – tende a ser bem superior ao das demais classes.
“A heterogeneidade entre as classes sociais deve se manter no governo Lula. Não há grandes chances de migração das classes D e E – que ganham até R$ 3,2 mil mensais e e estão mais sujeitas à informalidade e aos baixos salários – irem em direção à classe média”, destaca o analista Lucas Assis.
O maior entrave ao crescimento da renda nos estratos sociais mais pobres é a educação não revertida em produtividade. “O ingresso no mercado de trabalho é o principal meio de redução da pobreza, mas não é condição suficiente para superá-la”, informa relatório da consultoria.
A Tendências lembra que o mercado brasileiro é fortemente caracterizado por baixas remunerações, elevadas desigualdades entre grupos de população ocupada, altas taxas de informalidade e marcante heterogeneidade entre os setores produtivos.
Fonte: Gazeta do Povo