Uma delegação do Partido Comunista da China (PCCh) se encontrou com representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), na semana passada, para assinar acordo de cooperação internacional. As legendas fecharam seis compromissos com o objetivo de "aprofundar constantemente as relações amistosas".
A aproximação com o PCCh, porém, não é vista com bons olhos por especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Isso porque o partido é o responsável pelo regime autoritário na China. Sob o comando de Xi Jinping, o autocrata chinês está há mais de dez anos no poder e é acusado de cometer crimes contra os direitos humanos, de restringir o acesso da população à internet e manipular as notícias veiculadas na imprensa local e enviar minorias religiosas para campos de trabalhos forçados.
As fontes explicam que não é incomum que os partidos busquem estreitar laços com legendas de ideologia similar em outros países. “É natural que isso aconteça. Mas algumas questões ali são meio estranhas", avalia o cientista político e diretor de Projetos do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais, Marcelo Suano.
O cientista político chama atenção para alguns pontos do documento: o PT e o PCCh concordam em “estabelecer intercâmbios complexos, de múltiplos níveis e institucionalizados, com troca de delegações de diversos níveis para fortalecer o estudo mútuo de experiências de governança. O intercâmbio e a cooperação entre as escolas, departamentos de comunicação, think-tanks e as demais estruturas dos dois partidos também serão reforçados, assim como os contatos amistosos entre as organizações de massa alinhadas aos dois partidos”.
Fonte: Gazeta do Povo