Por Karina Michelin
Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do grupo terrorista Hamas, compartilhou sua história de abandono da ideologia fundamentalista islâmica de seu pai em uma entrevista à CNN, em 26 de julho de 2014.
Convertido ao cristianismo, ele revelou como desde a infância testemunhou as manobras políticas e militares que contribuíram para a acirrada disputa no Oriente Médio e como o Hamas utiliza civis como ferramentas de guerra.
As revelações apresentadas por Yousef e sua conversão ao cristianismo o tornaram uma personalidade ameaçada de morte, e Yousef pediu asilo político aos EUA.
Inicialmente, seu primeiro pedido, em fevereiro de 2009, foi negado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, sob alegação de que Yousef havia se envolvido em terrorismo e era uma ameaça ao país. Em junho de 2010, porém, seu pedido foi finalmente atendido.
Nesta entrevista ele deixa claro o plano do Hamas: Uma Jihad global.
O conceito foi evocado diversas vezes por Abu Mus’ab Al Suri, conhecido como “o arquiteto da jihad global”. Ele morreu na Síria em 2014, enquanto lutava contra o ISIS nas primeiras fileiras do então Al Nusra, depois de todas as suas tentativas de reconciliar com a Al Qaeda - que ele havia abandonado após escrever uma carta a Osama bin Laden, que criticava os ataques de 11 de setembro e o Estado Islâmico.
Al Suri, considerado por muitos especialistas como o expoente mais complexo da jihad moderna e o seu estrategista mais sofisticado, está certamente entre as figuras mais interessantes para compreender a génese do terrorismo islâmico desde meados da década de 1970.
Não há líder jihadista, seja sunita ou xiita, que não tenha lido os seus textos, incluindo o famoso Apelo à Resistência Islâmica Global, com 1.600 páginas.
A operação militar em andamento contra o Estado Judeu é apoiada pelo mundo islâmico em todo o mundo, e conta até mesmo com o apoio da Universidade Al Azhar do Cairo: um dos principais centros de ensino religioso do Islã sunita.