As mortes em decorrência de ações policiais nas últimas semanas na Bahia chamam atenção para uma tendência observada nos últimos anos em estados que foram comandados, por hoje, ministros do governo Lula (PT). Sob a gestão deles, Bahia, Amapá, Piauí e Ceará tiveram crescimento de até quatro vezes a média nacional na letalidade causada por agentes de segurança.
A Folha de S.Paulo analisou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública nos últimos anos e comparou o cenário visto antes dos mandatos estaduais dos hoje ministros com o do último ano das suas respectivas gestões.
O Maranhão no período era comandado pelo próprio ministro Flávio Dino (PSB), agora na chefia do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ao considerar a comparação com os dados de 2018, antes do segundo mandato de cada um, também houve crescimento --de 171% Amapá, de 84% na Bahia, de 31% no Piauí e de 28% no Maranhão.
Governada atualmente por Jerônimo Rodrigues (PT), a Bahia, pivô da atual crise de segurança pública que resvala no governo federal, tem os piores números e registrou mais de 50 mortes em operações policiais apenas em setembro deste ano.
Em meio a críticas -inclusive de aliados- sobre sua gestão na pasta, Dino lançou na segunda-feira (2) um plano de enfrentamento ao crime organizado no país. Segundo ele, o programa está sendo construído há três meses e não é uma resposta a crises.
O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, destaca que os dados mais críticos são observados na Bahia e no Amapá, durante a gestão dos ministros Rui Costa (Casa Civil), do PT, e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), do PDT.
Os dois estados, inclusive, foram destacados no anuário produzido pelo fórum neste ano por causa do aumento da violência em 2022. Na Bahia, Lima ressalta que a situação é especialmente grave.
Com informações da Folha de São Paulo e Bahia Notícias