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Condenação de inocentes - Injustiça sem limites
Política Nacional
Publicado em 22/10/2023

Associação criminosa armada foi um dos crimes pelos quais Edinéia Paiva foi condenada a uma pena de 17 anos de prisão, por sugestão do ministro Alexandre de Moraes, em julgamento virtual no Supremo Tribunal Federal (STF).

A faxineira de 38 anos, mãe de dois filhos, um de nove anos e outro de 19, foi presa segurando um terço e uma bíblia enquanto se protegia de bombas de gás durante os atos de 8 de janeiro. O julgamento terminou nesta quarta-feira (17) (veja no final como votaram os outros ministros).

Antes de ser presa, Ednéia estava embaixo da rampa do Congresso Nacional, na tentativa de se proteger das bombas de gás que eram jogadas para conter vândalos que depredavam os prédios públicos. Não era o caso dela.

Quando chegou à Esplanada, logo depois de participar da missa próximo ao QG do Exército, o caos já estava instaurado.

“Eu pulei a rampa e eu travei ali. Não conseguia correr. A única coisa que eu lembrei foi de me agachar e ficar ali para me proteger, porque eram muitas bombas”, relata.

“Foi onde o policial chegou, me tirou de lá a força, me arrastando pelos cabelos”, conta. Edinéia foi algemada, enquanto tinha a bolsa vasculhada, segundo ela, de forma agressiva por um policial militar do DF. “Até então, eu só estava com uma bíblia na mão e um terço”, reforça.

No voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, não há menção a nenhum tipo de arma branca encontrada com a faxineira. No documento, há apenas fotos de facas e pedaços de madeiras encontrados com outros manifestantes.

“A condenação de inocentes tem um impacto devastador na vida das pessoas que são afetadas. Ela pode perder sua liberdade, sua reputação e seu sustento e ainda trazer sofrimento para toda sua família”, considera Hélio Júnior, advogado de defesa de Edinéia. Hélio ainda afirma que não há nenhum processo criminal no histórico dela.

Fonte: Gazeta do Povo

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