Catar, o rico pequeno país que sediou a Copa do Mundo FIFA em 2022, é a principal força subestimada e raramente mencionada por trás do financiamento do grupo terrorista Hamas.
A afirmação é de Udi Levi, 60 anos, um dos maiores especialistas em terrorismo do mundo e ex-chefe de divisão do Mossad, em uma coletiva de imprensa da qual a Gazeta do Povo participou na quarta-feira (1º).
O dinheiro vem também do Irã, de empresas de investimento do Hamas e de doações — muitas delas em criptomoeda.
Ele também afirmou que os terroristas dispõem de uma infraestrutura formada por empresas de fachada em toda a América Latina, incluindo o Brasil.
Respondendo à reportagem, Levi disse que “é inacreditável o que está acontecendo” na América Latina.
“Há centenas de empresas de fachada [do terrorismo] sendo abertas no Equador, Paraguai, Argentina, Chile e Brasil”.
A presença das organizações terroristas, exemplificada pela relação entre o Primeiro Comando da Capital e o Hezbollah, equivale a uma “infraestrutura” que ameaça a segurança da região.
O israelense lamenta a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “há muitas reclamações, [mas] é a política dele”.
Fazendo uma crítica mais geral à postura que atribui equivalência aos dois lados da guerra Israel-Hamas, ele diz que “você pode se opor a Israel, mas pelo menos não apoie o terrorismo”.
O israelense, que se diz agora um “cidadão privado”, afirma que “o Catar é a cabeça da serpente” dos fundos usados pelo Hamas e outros grupos terroristas.
O Hamas teria recebido 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,5 bilhões na cotação atual) do país árabe desde 2015.
Este investimento catariano bilionário no Hamas teria três vias: por bancos na Turquia como o Kuveyt, que seria ligado à Irmandade Muçulmana, pelo Banco Islâmico do Catar, e por organizações humanitárias de fachada.
É na capital Doha que líderes do Hamas como Ismail Haniyeh, cabeça do ataque terrorista do mês passado, vivem uma vida luxuosa, longe do conflito.
Fonte: Gazeta do Povo