“Acabou a era do aquecimento global e começou a da ebulição global”, garantem globalistas, que ocasionalmente, como cavaleiros do apocalipse, nos relembram que o fim está próximo e estamos em cima do prazo.
A questão fundamental sobre o poder é que quem o tem pretende mantê-lo. E, ainda que a ação humana possa ser um dos fatores a considerar quando se fala de alterações climáticas, não é sensato abordar esta questão sem referir o interesse na existência deste medo.
Se existe medo, existe receptividade à aceitação de medidas, geralmente restritivas da liberdade individual, para levar a cabo “a salvação”.
A presidente da Comissão Europeia partilha este sentido de urgência, chegando a afirmar que “é preciso mais dinheiro para o clima”, quando questionada sobre uma legislação que visa “taxar os lucros excessivos” das empresas produtoras de energia.
Em 2021, em Portugal, o peso dos impostos com relevância ambiental no total das receitas de impostos e contribuições sociais correspondeu a 6,6%, sendo mais do que a média europeia.
Se observarmos algumas das metas a que se propõe o Pacto Ecológico Europeu, depreendemos que dificilmente podem ser implementadas sem que haja um aumento de preço para o consumidor final, já que impõem uma série de restrições e imposições a diversos níveis e em vários setores.
Continuamos a pagar, mas nunca chega. E os alertas continuam: o fim está próximo.
E de repente, “os jovens” sentem “ansiedade climática” – uma nova condição que os isenta de qualquer tipo de responsabilidade e tudo justifica. Basicamente, todo e qualquer atentado a pessoas e propriedades é olhado com uma preocupante condescendência social.
O seu objetivo é claro e transcende a mera preocupação ambiental: anticapitalismo. Estes “ativistas”, que claramente têm o privilégio de não sentir as consequências financeiras das políticas que defendem, são também anticapitalistas.
Os “ativistas climáticos” querem impor um modelo de sociedade sem consumo e sem liberdade (dos outros), em que a preocupação ambiental é apenas um belo candelabro que esconde a verdade sobre este modelo: marxismo.
Fonte: Mises Brasil