O Ministério dos Direitos Humanos teria custeado ida da mulher de um dos líderes do Comando Vermelho à capital federal
De acordo com Luciane, ela ficou sabendo da denúncia, por meio de amigos, que viram o rosto dela estampado nos jornais.
No Instagram, Luciane compartilhou fotos de suas idas à capital federal. Em imagens, é possível vê-la com os deputados federais André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (Psol-SP). Além disso, ela registrou sua movimentação no Parlamento.
Em duas ocasiões, Luciane esteve no Ministério da Justiça (MJ), em encontros com secretários e assessores da pasta.
O nome da Dama do Tráfico não consta no controle interno da pasta, que admitiu a existência dos eventos, depois de revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Luciane publicou fotos dos atos em suas redes sociais. Em uma das imagens, é possível ver Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos do MJ, ao lado da mulher.
Antes de escândalo, Dama do Tráfico disse tinha vida normal
Presidente da ONG Associação Instituto Liberdade do Amazonas, Luciane disse que levava uma vida normal, antes do caso.
"Nunca fui conhecida como 'Dama do Tráfico', e sim como 'Lu Farias'", disse, na coletiva. "Estive no Ministério da Justiça como presidente da instituição, levando um dossiê referente às mazelas do sistema prisional. O meu trabalho na instituição é levantar denúncias dos familiares sobre o sistema carcerário."
O subprocurador-geral do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MP-TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou nesta terça-feira, 14, uma investigação sobre a visita de Luciane Barbosa Farias ao Ministério da Justiça. Conhecida como “Dama do Tráfico”, ela visitou a pasta duas vezes neste ano.
Mulher de um dos líderes da organização criminosa Comando Vermelho, Luciane foi recebida por assessores do ministério liderado por Flávio Dino.
No documento, Furtado cobra explicações sobre o caso e diz que, “qualquer que fosse o interesse público alegado para justificar o encontro, certamente não se tratava da única via disponível, cabendo ao órgão público selecionar interlocutores que respeitem a moralidade pública exigida das instituições oficiais”.
“A sociedade não aceita mais, por parte das autoridades, condutas imorais e suspeitas”, escreveu o subprocurador. “Sobretudo quando é pública e notória a precariedade dos serviços que lhe são oferecidos, especialmente os que concernem à segurança pública.”
Fonte: Revista Oeste