A relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a Argentina deve ser mais fria do que nunca após a vitória do libertário Javier Milei para a presidência do país.
De acordo com informações do Palácio do Planalto, o presidente Lula (PT) não irá à posse do recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, no dia 10 de dezembro.
O libertário foi eleito no último domingo, 19 de novembro, com 55,70% dos votos, contra 44,30% do seu adversário Sergio Massa.
A previsão é de que o petista envie Geraldo Alckmin (PSB) como representante do governo brasileiro.
Após o governo do esquerdista Alberto Fernández, que deixou o país com 142% de inflação em 12 meses, reservas escassas e em um cenário de caos social, o país elegeu um candidato libertário e que promete romper com o passado da esquerda argentina.
Com a vitória de Milei, Lula deve ver naufragar seu plano de impor à América Latina pautas ideológicas de esquerda, como o apoio ao ditador da Venezuela Nicolás Maduro, o fortalecimento da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e a entrada da Argentina no bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Com Milei na Argentina, a América do Sul passa a ter quatro presidentes de direita, no Uruguai, no Paraguai e no Equador e nove de esquerda: no Brasil, na Bolívia, no Chile, no Peru, na Colômbia, na Venezuela, na Guiana, Suriname e na Guiana Francesa, que é subordinada à França por ser um departamento ultramarino.
Para especialistas, a relação entre os presidentes do Brasil e da Argentina deverá ser fria, assim como foi a relação entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández.
"Certamente que se tivesse havido a vitória de Sergio Massa, a relação entre presidentes seria melhor, porque eles são mais alinhados em termos ideológicos. Mas isso não significa que o desalinhamento ideológico vai impactar, necessariamente, de forma negativa nas relações entre os países. O que prevalece nas relações entre os países e os Estados, é o pragmatismo", pontua o professor de Relações Internacionais do Ibmec Brasília, Ricardo Caichiolo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou na manhã desta sexta-feira (20) que foi convidado para a posse de Javier Milei, que foi eleito à presidência da Argentina neste domingo (20). A posse ocorrerá no dia 10 de dezembro em Buenos Aires, capital do país.
O convite ocorreu em uma chamada de vídeo feita pelo libertário recém-eleito ao ex-presidente brasileiro.
“Recebi agora telefonema de Javier Milei, onde o cumprimentei pela vitória, bem como fui convidado para sua posse. Hoje a Argentina representa muito para todos aqueles que amam a democracia e respiram liberdade”, afirmou Bolsonaro pelas redes sociais pouco antes das 11h.
Durante a ligação, Bolsonaro disse a Milei que o trabalho do recém-eleito irá “para fora da Argentina. “Você representa muito para nós, democratas, que somos amantes da liberdade. Você representa para o Brasil muita coisa e tenha certeza que tudo o que for possível fazer por você estarei à sua disposição”, disse Bolsonaro.