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Vitória da Conquista - Tudo pelo poder
Política Nacional
Publicado em 24/11/2023

A sucessão municipal na principal cidade do sudoeste baiano está ganhando contornos de dramaticidade por conta da indefinição de estratégias, tanto por parte da ala mais à direita, representada pela atual prefeita Sheila Lemos (União), quanto por parte da esquerda, que já tem como certa a candidatura do deputado federal Waldenor Pereira (PT), mas ainda se movimenta nos bastidores para escolher um candidato a vice que possa alavancar essa aposta que, mesmo com a força da máquina estadual, está patinando lá atrás nas pesquisas. 

A indefinição em Vitória da Conquista começa pela fragmentação da direita, motivada claramente pela exarcerbação dos egos, principalmente por parte dos integrantes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que há muito tempo deixou de representar legitimamente a ala mais conservadora dos eleitores da cidade, traindo os princíos defendidos pelo ex-presidente, e virou um cabide de ambições individuais dos seus integrantes.

Mudanças de lado, pequenas traições, combinações que são verdadeiras gambiarras de última hora, têm caracterizado os movimentos do PL conquistense, que depois de virar as costas para a atual prefeita, que pela lógica o PL deveria apoiar para fortalecer a direita, reuniu, em um só bloco, que demominaram de "Reage Conquista", um grupo de integrantes que disfarçam muito mal as próprias ambições, todos com pretensões ao protaganismo, mesmo de forma velada.

Os integrantes do tal grupo "Reage Conquista" têm em comun o fato de enxergarem o movimento conservador, que se fortaleceu com o bolsonarismo, como uma boa chance de conquistarem a prefeitura. Estão se esforçando para criar uma onda bolsonarista onde possam surfar na sombra do prestígio do ex-presidente.

Mas, o que se vê na prática, pelos movimentos do grupo, é que em algum momento, provavelmente na hora da definição, as ambições pessoais vão falar mais alto e essa combinação esdrúxula irá se desfacelar. 

O primeiro movimento estranho que chamou a atenção nessa formação em torno do PL, que é um verdadeiro "saco de gatos", foi que, depois de retirar o apoio à prefeita e partirem para o ataque aberto à gestão municipal, inclusive com a utilização de microfones das rádios locais, romperam também com o Republicanos, partido que hoje é liderado pelo Dr. Aloísio Alan e que, dentre todos os representantes da ala conservadora, tem se mostrado o mais coerente, mantendo inclusive a base de apoio à prefeita, para não enfraquecer a direita no município.  

Já na esquerda, como já mencionamos, a questão é escolher um vice que faça decolar a candidatura pesada de Waldenor.

O cenário fica ainda mais complexo, porque quem está na frente das pesquisas realizadas até agora para a sucessão municipal é a vereadora Lucia Rocha (MDB), que ainda não declarou abertamente apoio a ninguém..

A posição de primeiro lugar nas pesquisas faz com que o nome dela seja o mais cobiçado pelas duas alas. Nessa disputa pelo apoio da veradora, a esquerda aparenta estar em ligeira vantagem, embora não tão confortável. 

Lucia Rocha chegou a espalhar um outdoor pela cidade, dizendo que não será vice de ninguém e, se quebrar essa promessa, poderá ficar muito mal vista pelos seus eleitores.

Além disso, um fato novo entrou na questão. A vereadora é também suplente na Assembleia Legislativa. Comenta-se nos bastidores, que o PT ofereceu a ela um acordo: o partido daria ao deputado titular, Rogério Andrade (MDB), uma cadeira no Tribunal de Contas dos Municípios, para que Lúcia assumisse a vaga de deputada imediatamente, em troca do apoio dela a Waldenor.

Seria simples assim, se outros dois nomes da base do governo já não estivessem desejando esse cargo faz tempo.

Daniel Almeida e Fabricio Falcão, ambos do PC do B, se sentirão traidos se a tão sonhada vaga do tribunal for para Rogério Andrade, pois se consideram os primeiros da fila; todos de olho no cargo vitalício com salário alto, onde não é preciso passar pelo crivo da vontade popular nas urnas.  

De qualquer forma que seja encaminhada essa questão, o eleitor conquistense terá que estar bem atento no ano que vem, para não cair no engodo da falsa direita conservadora, nem permitir que a cidade volte a se submeter à gestão de uma esquerda que está colocando a Bahia nos últimos lugares em todos os índices de desenvolvimento humano, com sua gestão desastrosa à frente do governo do estado, como comprovam os incontestáveis números das estatísticas oficiais. 

 

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