Após a morte de Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, que teve um mal súbito durante o banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde estava preso por suposta participação nos atos do 8 de janeiro, deputados e senadores decidiram intensificar a pressão pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo, e pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de Autoridade.
O objetivo da CPI é apurar a atuação da Suprema Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A pressão contra os abusos praticados por ministros do Supremo inclui uma manifestação na Avenida Paulista, hoje em São Paulo (SP), para protestar contra a morte de Cleriston, num ensaio de volta às ruas após o episódio do 8 de janeiro.
Em reação ao ativismo do STF e à falta de atitude de Moraes, que ignorou pedidos até do Ministério Público pela soltura de Cleriston, que tinha comorbidades decorrentes da Covid-19, os deputados e senadores estão finalizando o texto do pedido de impeachment do ministro, que deverá ser apresentado em breve ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ao mesmo tempo, deputados também reforçaram a busca de assinaturas pela abertura da CPI do Abuso de Autoridade, proposta pelo deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS).
A medida foi apresentada na legislatura passada, sem ser instalada, e acabou retomada neste ano, ainda com certa resistência na Câmara dos Deputados. Parlamentares de oposição contavam até esta sexta-feira (24) com 152 assinaturas das 171 necessárias para protocolar o pedido da CPI.
Fonte: Gazeta do Povo