Coisas que são respeitadas nas democracias maduras pelos integrantes do judiciário, como ritualística do cargo, discrição, alé da reserva absoluta quando o assunto é uma opinião política, aqui no Brasil são totalmente deixadas de lado faz tempo.
Em entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV!, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou sobre a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o magistrado, a vitória do petista foi responsável por “resgatar” a democracia no Brasil.
A declaração foi dada na edição da última quinta-feira (30). Na ocasião, Gilmar elogiou a atuação política de Lula.
“Ele [Lula], na verdade, resgatou a democracia no Brasil. Essa sua eleição foi esse resgate. Não consigo imaginar o que seria do Brasil com a reeleição do Bolsonaro. Ou até consigo imaginar, mas a minha imaginação não é positiva”, disse o ministro.
Para o integrante do Supremo, a escolha de Paulo Gonet, indicado por Lula para assumir o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), é bem-vinda.
“Acho que é uma oportunidade que o Brasil tem de ter um Ministério Público menos performático, mais legalista e centrado nas suas questões. Ele mesmo tem falado nos seus escritos que o MP não tem função de fazer política pública, isso é exatamente a atividade do Executivo e do Legislativo. Ele diz que nós podemos, eventualmente, impugnar leis contrárias à Constituição. Estou convencido da correção de sua indicação”, sustentou.
Ao avaliar a eventual entrada de Flávio Dino no STF, ele também rasgou elogios. “Tenho uma excelente expectativa (…). De fato, [Dino] é uma pessoa qualificada no ramo jurídico. Tem uma visão de todo esse arcabouço jurídico e político, e da vida política como ela é. Conhecendo também as finanças públicas, orçamento, a realidade”, disse Gilmar.
Ainda de acordo com o magistrado, ele se considera ‘amigo’ do presidente da República. A fala aconteceu após o jornalista perguntar a relação dele com Lula.
Ao responder, Gilmar foi enfático: “Sinto-me amigo dele, sim”. “Tenho uma grande admiração por ele”, emendando na sequência.
Fonte: Conexão Política