Mais um dia para ser lembrado com tristeza na história recente do Brasil.
Um dia em que o Senado da República aprovou o nome de um inimigo da liberdade, para ocupar uma cadeira na corte máxima do judiciário do país, colocando ainda mais em risco a já combalida democracia nacional.
Após aproximadamente dez horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o ministro da Justiça, Flávio Dino, recebeu nesta quarta-feira (13) o aval dos integrantes do colegiado para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na mesma sessão, a indicação de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi endossada pela comissão.
Em seguida ambos tiveram os seus nomes aprovados no plenário da Casa, onde precisavam dos votos de pelo menos 41 senadores.
Dentre os 27 titulares da CCJ, 17 votaram a favor de Dino e 10 contra, revelando resultado mais apertado que o de Gonet, apoiado por 23 (leia mais sobre a aprovação de Gonet na CCJ).
Na votação do plenário, Flávio Dino teve 47 votos a favor e 31 contra.
Um dos momentos mais deprimentes da sabatina, foi o abraço registrador entre Dino e Sérgio Moro, ex-juiz da Lavajato, que revela toda a hipocrisia do lado podre da política brasileira.
Dino conseguiu domar seus ímpetos políticos para atravessar a sua longa sabatina sem percalços de última hora, rumo ao STF.
Adotando o perfil de senador licenciado e discurso ameno, ele conseguiu levar adiante o desejo expresso em sua exposição inicial de não adentrar no debate com os parlamentares.
Como já era de se esperar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes parabenizou o Senado Federal por aprovar Flávio Dino como novo magistrado da Corte nesta quarta-feira, 13.
"Nossos poderes e instituições saem fortalecidos com a aprovação do ministro Flávio Dino para o STF e do professor Paulo Gonet para PGR", escreveu Moraes na rede social X (antigo Twitter).
“Coragem, seriedade, competência e lealdade institucional caracterizam esses dois grandes homens públicos do Brasil.”
A presença de Alexandre e Dino juntos no STF tornará ainda maior a ameaça à liberdade de expressão e acena com uma grande possibilidade de que novas injustiças sejam praticadas contra aqueles que ousam levantar a voz contra os abusos do sistema, que usurpou os poderes constituídos do país.
Com informações da Gazeta do Povo