O início do terceiro mandato de Lula foi marcado por uma simbólica subida da rampa presidencial em 1º de janeiro, acompanhado por representantes diversos da sociedade, abraçando a narrativa de uma gestão que aspirava representar a diversidade do país.
Contudo, a prática do primeiro ano de governo revela contradições em relação às pautas progressistas defendidas pelo presidente.
Embora Lula tenha incorporado em seus discursos a defesa de políticas voltadas para grupos minoritários, uma extensa reportagem da Folha de S.Paulo aponta que, na prática, essas questões não receberam a prioridade esperada.
Auxiliares palacianos afirmam que a preocupação em contemplar esses grupos está presente em todas as pastas, mas a aprovação do presidente não atinge um patamar que o permita focar nas pautas progressistas sem gerar desgaste com outros setores da população.
A resistência encontrada no Congresso, especialmente no momento em que o governo busca apoio para pautas econômicas, é outro desafio.
A popularidade, em paralelo, também reflete o embate entre Legislativo X Executivo.
Os números de aprovação do presidente ao fechar seu primeiro ano de mandato também geram preocupação.
Uma pesquisa do instituto Datafolha mostra que Lula encerra o ano de 2023 com 38% de aprovação, enquanto 30% o consideram regular e o mesmo número o avalia como ruim ou péssimo.
O aumento da desaprovação, especialmente em regiões onde Lula havia conquistado maior eleitorado em 2022, reforça o sinal de alerta.
A matéria da Folha destaca ainda as críticas dirigidas a Lula em relação à representação feminina em cargos-chave.
Apesar da criação do Ministério da Mulher e da edição da lei da igualdade salarial, a não indicação de uma mulher para o STF gerou questionamentos, pois a escolha de aliados reduziu o número de mulheres na corte.
O fato de Lula ter tirado outras mulheres do comando de ministérios para abrigar homens do Centrão também reforça as críticas de quem simpatiza com o lulopetismo.
Fonte: Conexão Política