A vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição passada impôs ao Partido Liberal (PL) e à oposição o desafio de manter um bloco coeso em votações importantes no Congresso Nacional durante o ano de 2023.
Sem ter o controle sobre a máquina pública, a direita perdeu o apoio que teve do Centrão nos anos do governo de Jair Bolsonaro (PL) e viu seu bloco mais fiel reduzido a cerca de um quinto da Câmara dos Deputados.
Por outro lado, em alguns momentos, eles conseguiram articular apoios para pressionar o governo.
A tramitação da reforma tributária foi o exemplo mais evidente, ao longo do ano, de que a oposição possui capacidade de fazer pressão em pautas do governo, mas ainda sofre com "traições" internas.
Durante a primeira votação na Câmara dos Deputados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encampou a ofensiva contra a proposta do Executivo e arregimentou 118 votos no primeiro turno e 113 no segundo.
No entanto, 20 deputados de seu próprio partido colaboraram para os 382 votos a favor da proposta.
Nos bastidores, a avaliação é de que esses parlamentares adotaram a postura pró-governo em pautas econômicas para não serem retaliados na distribuição de recursos para seus estados, principalmente no Norte e no Nordeste.
Além do PL, o Progressistas (PP) e o Republicanos – que apoiaram Bolsonaro em 2022, mas atualmente ocupam cargos na Esplanada de Lula – vivem uma dualidade entre governo e oposição, a depender da pauta.
Em reserva, um parlamentar do Republicanos comentou que a sigla não apoiará o governo petista em pautas de costume, somente em "pautas econômicas que interessam ao país".
Apesar disso, a oposição na Câmara calcula ter entre 100 e 120 deputados fiéis aos princípios da oposição.
Fonte: Gazeta do Povo