Executivo e Judiciário usaram o primeiro aniversário dos atos de vandalismo do 8 de janeiro em Brasília como um marco para propagar a narrativa de que salvaram a democracia no Brasil.
Em eventos desta segunda-feira (8), o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF) exibiram mais uma vez seu conceito particular de democracia, que admite censura e perseguição a opositores e despreza garantias fundamentais do Estado de Direito.
O dia foi marcado por tentativas dos chefes dos poderes de evocar reações emotivas no público contra a oposição e de levantar a bandeira da regulamentação das redes sociais.
Durante a manhã, em ato de inauguração de uma exposição sobre o 8/1, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, pediu um minuto de silêncio para reproduzir um áudio com ruídos do quebra-quebra nos edifícios dos Três Poderes.
No evento "Democracia Inabalada", que ocorreu pela tarde com membros dos Três Poderes da República, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que é o momento "de reafirmarmos a urgente necessidade de neutralização de um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista". Para ele, há a "necessidade da edição de uma moderna regulamentação" da internet.
Lula também usou seu discurso no mesmo evento para defender a regulação da internet. "Salvamos a democracia. Mas a democracia nunca está pronta, precisa ser construída e cuidada todos os dias", disse.
"Que ninguém confunda a liberdade com permissão para atentar contra a democracia. Liberdade não é uma autorização para espalhar mentiras sobre as vacinas nas redes sociais", acrescentou.
Fonte: Gazeta do Povo