A democracia brasileira foi sequestrada por um grupo de oportunistas organizados e truculentos, que se juntaram para dividir o espólio da coisa pública nacional.
Com isso o Brasil se equipara a países como a Nicaragua, Cuba e Venezuela, no que se refre ao uso indevido da máquina oficial do estado, para fins de militância política.
Repesentantes do judiciário e das forças políciais federais, já não têm mais o menor constrangimento em utilizarem os seus recursos para intimidar e constranger representantes da oposição ao governo.
Essas ações coordenadas, na maioria das vezes, acontecem ao arrepio da Constituição, que há muito tempo está sendo desrespeitada por quem teria a obrigação de zelar por ela.
O apoio, e porque não dizer a adesão, da velha imprensa nacional ao plano nefasto de dominação, em paralelo com a rendição e a submissão do Congresso Nacional, onde boa parte dos integrantes não tem o menor escrúpulo em vender a própria dignidade, em troca das verbas de emendas parlamentares, contribui para tornar o cerco à liberdade ainda mais invulnerável.
Principal alvo da mais nova etapa da operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), realizada na manhã desta segunda-feira (29), o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) ainda é o principal responsável pela estratégia e manutenção das mídias sociais de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com isso, a tentativa de desvendar uma suposta prática de espionagem ilegal no governo passado contra adversários políticos por meio de equipamentos e servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interfere na rotina da rede digital mais influente da política no país.
Parlamentares e especialistas ouvidos entendem que o episódio atual se soma a outras ações da PF ocorridas este mês e que tiveram deputados do PL fluminense próximos de Jair Bolsonaro como alvos, casos de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, sobretudo, e de Carlos Jordy, líder da oposição.
Embora tendam a ter desdobramentos distintos, esse cerco judicial que se fecha contra Jair Bolsonaro e aliados traz com a figura de Carlos Bolsonaro, o objetivo de também dissecar o que é chamado pela esquerda de “gabinete do ódio” da gestão passada.
Todas ações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A tônica e o enfoque das mensagens juntamente com as ferramentas de engajamento, tudo concentrado em Carlos Bolsonaro e um restrito grupo de colaboradores, são reconhecidas publicamente pelo próprio ex-presidente como responsáveis pelos seus milhões de seguidores fiéis nas redes sociais e pela elevada mobilização que suas postagens provoca.
O termo "gabinete do ódio" foi cunhado pelos rivais do clã Bolsonaro para denotar a rapidez e o caráter incisivo e implacável que suas mensagens traziam sobre os campos adversários e até mesmo ex-aliados.
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista exclusiva ao programa Oeste Sem Filtro, que a Polícia Federal “revirou” sua casa em operação contra seu filho e vereador do Rio de Janeiro (RJ), Carlos Bolsonaro (Republicanos), nesta segunda-feira, 29.
O político também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a sua inelegibilidade.
Bolsonaro aproveitou a entrevista para comentar a operação contra seu filho. A investigação analisa ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante seu governo e uma suposta interferência de Carlos.
De acordo com o ex-presidente, os agentes chegaram em sua residência, na Vila de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ), por volta das 7h30 desta segunda-feira.
“Reviraram a casa toda”, contou, em resposta à apresentadora Paula Leal. “Na verdade, estavam atrás de alguma coisa minha, porventura, que se tivesse algo de errado estaria escondendo aqui.”
Com informações da Gazeta do Povo e da Revista Oeste