Em 19 de março de 2021, escrevi para Oeste um perfil do “presidente mais cool do mundo”, o salvadorenho Nayib Bukele.
Entre outras coisas, ele declarou: “Vou ser ex-presidente aos 42 anos. Se tivesse 70 anos, escreveria minhas memórias. Mas com 42? Não sei o que vou fazer”.
Agora, aos 42, ele já sabe. Continua sendo presidente de El Salvador, um país menor que o Estado de Sergipe e localizado entre as miseráveis repúblicas de Guatemala e Honduras e o Oceano Pacífico.
Para continuar no cargo, Bukele teve que mudar a Constituição, que proibia a reeleição.
Para mudar a lei, ele substituiu todos os membros do equivalente à Suprema Corte do país e encolheu o Congresso, que passou de 84 para 56 legisladores — a grande maioria ao seu lado.
A pincipal bandeira da sua administração é o combae ao crime organizado.
No seu primeiro mandato como presidente, ele construiu um presídio com capacidade para 40 mil presos, uma quantidade 25% maior do que a soma das vagas de todos os presídios que já existiam no país.
A iniciativa deu resultado, e El Salvador reduziu a quase zero o poder dos narcotraficantes, que hoje dominam territórios inteiros em boa parte da América Latina, inclusive no Brasil.
Por falar em Brasil, em uma entrevista recente, o jovem presidente deu um recado direto aos países que ainda não tomaram providências efetivas para combater o crime organizado.
Trocando em miudos, Bukele disse que o enfrentamento aos criminosos só não acontece em duas circusntâncias: quando falta coragem e vontade política, ou quando os governantes são sócios dos criminosos.
Com seu bonezinho para trás e seu senso de humor, o descendente de palestinos já declarou com ironia que, se fosse um ditador, seria o ‘mais cool do mundo’.
Agora Bukele se tornou uma referência global, um herói da direita e um vilão da esquerda.
Fonte Revista Oeste/Dagomir Marquezi