Entre o fim do recesso parlamentar e o Carnaval, a política nacional foi impactada pela percepção de que o cerco judicial a Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados está se estreitando.
A operação Tempus Veritatis, desencadeada pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (9) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar suposta tentativa de golpe de Estado, teve como alvo de maior destaque o ex-presidente, resultando no impedimento para ele deixar o país e criando dificuldades para a sua atuação como protagonista do jogo de poder.
Nos dias seguintes, especulações intensas circularam nos corredores do Congresso, entre observadores e na sociedade acerca dos desdobramentos da operação da PF, especialmente em relação à possibilidade de uma prisão iminente de Bolsonaro.
Enquanto alguns acreditam que o STF já reuniu os elementos suficientes para solicitar a detenção do ex-presidente, muitos acreditam na opção dos integrante da Corte pela cautela, de modo a permitir evolução mais substancial do inquérito antes de chegar a um veredicto a ser submetido ao plenário.
Mas também tem sido recorrente o comentário de bastidores sobre a delicadeza da situação, considerando a sensibilidade em torno de uma medida tão extrema, especialmente entre os simpatizantes do principal nome do PL, que o veem como vítima de uma implacável perseguição política contra a oposição em geral e a direita em particular.
Não por acaso, além da prisão temporária do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, o STF determinou a incomunicabilidade entre os alvos e até entre os seus próprios advogados.
O grupo que apoia o ex-presidente reagiu rápido, e programou uma manifestação pública para o último domingo de fevereiro na Avenida Paulista.
Caravanas do Brasil inteiro já estão se mobilizando para participar daquele que deve ser um dos maiores atos de protesto dos últimos tempos.
Qualquer movimento de retaliação depois de feita essa convocação pública se torna ainda mais arriscado para os promotores da perseguição ao ex-presidente. A reação popular assumirá proporções imprevisíveis.
Com informações da Gazeta do Povo