Por Mises Brasil
Há pouco mais de100 dias, a Argentina acordou sob os escombros do populismo. Um edifício de ilusões que desmoronou em cima do povo. Alguns tijolos foram retirados, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Há feridos por toda parte, mas o resgate está em andamento.
A Argentina fechou o governo de Alberto Fernández com mais de 200% de inflação e risco de hiperinflação. O déficit fiscal atingiu 6% do PIB, mas seria também necessário acrescentar um déficit quase-fiscal de 10% do PIB, totalizando um desequilíbrio de 16% do PIB.
O aperto cambial foi tão forte que os importadores acumularam dívidas, enquanto uma decisão obrigou a Argentina a pagar US$ 15 bilhões pela má prática do governador Kicillof em sua expropriação da YPF. Salários de estatais e pensões de miséria; violência nas ruas; altos níveis de risco-país, pobreza e indigência; tudo isso descreve uma Argentina cinzenta que denota a necessidade de uma mudança de era.
Javier Milei toma posse com a esperança de um terço do país, as dúvidas de um segundo terço e a rejeição do terceiro. Mas convencido de um plano liberal, iniciou uma transformação nunca vista na história mundial recente.
Milei chegou ao poder sozinho, o que significa que não precisa devolver favores ao partido, nem a pseudoempresários que financiaram sua campanha, nem a militantes que o acompanharam por todo o país, nem a governadores que esperam transferências discricionárias. Isso permitiu reduzir os gastos estruturais, reduzindo pela metade o número de ministérios, secretarias, subsecretarias e direções nacionais.
A Argentina está mudando. Duplo superávit (fiscal e comercial), ordem monetária e redução do risco hiperinflacionário, superávit energético, redução do risco-país pela metade e aumento dos ativos financeiros são as primeiras conquistas nesses 100 dias. O fim do aperto cambial virá no meio do ano, e aí recuperaremos a atividade, o crescimento e o emprego.