A redução de 3,5% a 5% na conta de luz, anunciada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode trazer algum alívio ao bolso dos brasileiros ainda neste ano.
Mas não sairá de graça. Segundo especialistas, o pacote de "bondades" – lançado em meio à queda nos índices de aprovação do presidente – traz consigo elementos que vão onerar o consumidor no médio e longo prazo.
Na prática, Lula e sua equipe manobraram para capturar de uma só vez um alívio tarifário que inicialmente ocorreria de forma diluída ao longo das próximas duas décadas. Isso significa que, depois desse respiro inicial, não haverá outros adiante.
Pior: nos próximos anos, o consumidor ainda terá de pagar a fatura de uma prorrogação de subsídios que o governo embutiu na mesma medida provisória.
A MP 1.212 foi assinada na terça-feira (9) por Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O texto da medida não traz muitos detalhes – o que já é um problema.
O fato de o governo não conseguir indicar qual será a redução exata da conta de luz é indicativo da incerteza envolvida no pacote.
A leitura de especialistas é de que as lacunas do texto levarão outros segmentos do mercado a apresentar demandas específicas – isto é, mais subsídios –, o que se traduzirá em novos custos repassados aos consumidores.
A expectativa é de que nos próximos dias apareçam emendas parlamentares pleiteando benefícios.
Fonte: Gazeta do Povo