O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua insatisfação nesta quarta-feira (1º) com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, devido ao ato unificado com centrais sindicais em celebração ao 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho.
O evento acabou por ficar esvaziado, com um grupo reduzido reunido na área frontal da concentração. Durante seu pronunciamento no palanque, o líder petista alegou que o ato foi “mal convocado”.
“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Márcio Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: ‘Ô Márcio, o ato está mal convocado’. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar, mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com 1.000, com milhão, mas também se for necessário eu falo apenas com a senhora que está ali na minha frente”, justificou o chefe do Executivo.
Diferentemente dos eventos com Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista (São Paulo), e na orla de Copacabana (Rio de Janeiro), o ato liderado por Lula não conseguiu atrair sequer um número significativo de participantes.
Imagens que circulam nas redes sociais fazem chacota e comparações aéreas, mostrando multidões nas mobilizações da direita, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto a presença em massa não foi registrada em nenhuma ação liderada por Lula.
O ato do 1º de Maio, promovido pelas centrais sindicais em São Paulo, está gerando críticas devido a um pedido direto de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL), um gesto proibido pela legislação eleitoral durante o período de pré-campanha.
Além disso, os participantes do evento receberam panfletos contrários ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que provavelmente será o principal adversário de Boulos na corrida pela Prefeitura da capital em 2024, e favoráveis ao candidato do PSOL.
No palco, Lula referiu-se a Boulos como candidato, apesar de o período oficial de convenções e registros de candidatura só começar em julho.
“Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições.
E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, enfatizou.
O pedido explícito de votos a um pré-candidato é vedado pela Lei das Eleições (Lei 9.504/97), que garante que não constitui propaganda eleitoral antecipada a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, desde que não envolvam pedido explícito de voto.
Normalmente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pune o descumprimento dessa regra.
Adversários políticos anunciaram que pretendem acionar a Justiça contra o presidente e o pré-candidato de extrema esquerda. O MDB, partido de Ricardo Nunes, declarou que vai buscar na Justiça Eleitoral a aplicação de multas ao presidente Lula e ao pré-candidato Boulos por propaganda eleitoral antecipada.
Os também pré-candidatos Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil) anunciaram a intenção de tomar medidas semelhantes.
Fonte: Conexão Política