É princípio firmado pela ciência e pelo bom senso que você não pode esperar resultados diferentes se pratica sempre a mesma experiência. O presidente Lula está oferecendo um “plus a mais” para contribuir com esse ensinamento: o sujeito pode até mudar as experiências, mas vai obter sempre o mesmo zero se continua sendo a pessoa que é. Lula não consegue, e provavelmente não quer, comportar-se de uma maneira diferente daquela que exibe todos os dias para o público.
Basicamente, para resumir a ópera, ele não governa. Fica traficando verba com deputado do centrão. Viaja para destinos e agendas inúteis. Tornou-se um manequim ambulante para a exibição de óculos, roupas e acessórios escolhidos pela mulher.
Em quase um ano e meio na Presidência, não conseguiu entregar uma única solução, ou mesmo sugestão coerente, para qualquer dificuldade concreta da população. Só fala bobagem, aqui e quando viaja.
Não pode, desse jeito, ser levado a sério pelo cidadão comum – e muito menos contar com a sua presença quando tenta aparecer em praça pública.
Sua última tentativa, no feriado do dia 1º de maio em São Paulo, foi mais uma humilhação. É a data sagrada para os operários de todo o mundo, de quem o comandante supremo do PT se considera o único líder genuíno – o dia das massas, da discurseira contra o “neoliberalismo” e da defesa dos “pobres”. Foi, mais uma vez, um dia de fiasco para Lula e para os seus estrategistas de “imagem”.
Chamaram o povo para dar apoio ao presidente – e o povo não apareceu, como estava na cara que não iria mesmo aparecer. Há dezessete anos, desde 2007, Lula não se apresenta diante do povo – do povo de verdade, e não dos autômatos que vão para auditórios fechados, de boné vermelho, com a ordem de bater palmas para ele. Foi tentar agora, sabe-se lá por quê. O resultado, obviamente, foi uma maciça ausência de público. Como poderia ser diferente, se Lula é o mesmo, ou pior, que o de 2007, quando levou sua última grande vaia?
Líderes do Partido dos Trabalhadores caracterizam o evento do Dia do Trabalhador, celebrado nesta quarta-feira (1º), como um “fiasco”.
De acordo com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, a escassa presença de público no evento foi assunto nos bastidores, tendo o resultado negativo como questão de a urgência de o presidente Lula (PT), que agora quer implementar mudanças nos movimentos sociais e na coordenação política de seu governo.
Realizado no estacionamento da Neo Química Arena, conhecido como Itaquerão, o evento político organizado por centrais sindicais e movimentos sociais não conseguiu atrair nem mesmo 2 mil pessoas.
Segundo estimativas do grupo de pesquisa Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), o ato político com a presença de Lula reuniu apenas 1.635 pessoas. Considerando a margem de erro de 12%, há uma variação possível de 196 pessoas para mais ou para menos.
Durante seu discurso no evento em celebração ao Dia do Trabalhador, Lula expressou sua insatisfação com a falta de público. O líder petista responsabilizou Márcio Macedo, titular da Secretaria-Geral da Presidência, e tentou minimizar o problema ao dirigir-se a uma audiência consideravelmente reduzida.
“Ele [Márcio Macedo] é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem [terça-feira (30)] eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele: “Oh, Márcio, o ato está mal convocado. O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão [de pessoas], mas também, se for necessário, eu falo apenas com a senhora maravilhosa que está aqui na minha frente pra conversar com a gente”, disse o líder petista.
Fonte: Conexão Política/Gazeta do Povo