Gazeta do Povo
Combater a corrupção e as fraudes não é apenas uma questão de justiça legal e moral, mas uma condição sem a qual nenhum país consegue sair da pobreza e do atraso.
No âmbito das estruturas estatais – que no Brasil compreende 5.570 municípios, 26 estados, 1 Distrito Federal e a União – chamamos de “corrupção” os negócios públicos, políticas governamentais e regulamentos diversos planejados, aprovados e executados não por seus méritos em atender necessidades do país e da sociedade, mas porque neles há políticos, dirigentes públicos, servidores do governo e empresários beneficiados por propinas, subornos, dinheiro desviado e outros tipos de fraudes.
Em países onde a corrupção e a fraude são endêmicas, sob as várias formas que assumem, pode-se constatar que o sistema estatal e o funcionamento do governo em todos os níveis são estruturados pela lógica e pelo resultado da corrupção e das fraudes.
Esse fenômeno social pode ser visto claramente em alguns países latino-americanos em que a estrutura do governo e a vida da sociedade são ditados, em larga medida, pela atividade ilícita e criminosa do narcotráfico.
Quando o governo se intromete em atividades alheias às funções clássicas que lhe compete, o que se tem é um Estado frágil, especialmente quando a ação estatal é realmente necessária.
O crescimento da chamada “economia do narcotráfico” nas últimas cinco décadas se deu a taxas elevadas nos países latino-americanos, nos quais o narcotráfico adentrou as estruturas do Estado e da política, dando origem ao chamado “narcoestado”.
Nos últimos tempos, até o Brasil começou a sentir essa influência e, embora não haja estatísticas precisas, a profissionalização do mercado de drogas cresce à medida que o setor inteiro se expande e estende seus tentáculos dentro do poder público.