Três homens foram presos suspeitos de provocarem intencionalmente queimadas no interior do estado de São Paulo. Os focos colocaram o estado em condição de alerta neste mês que já se tornou aquele com maior registro de incêndios, desde o início da série histórica de monitoramento realizada há 26 anos pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).

Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos suspeitos foi preso no último sábado (24) em São José do Rio Preto.

Outro envolvido teria sido detido em Porto Ferreira e um terceiro em Batatais - este último preso no domingo (25).

As cidades em que foram registradas as prisões também são as mais atingidas pelos incêndios em São Paulo.

O governador afirmou em coletiva de imprensa no fim de semana que o detido em Batatais, um mecânico de 42 anos, tem antecedentes criminais.

Com ele foram encontrados um recipiente com gasolina e um isqueiro. Ele foi preso em flagrante enquanto iniciava as chamas em uma área de mata na região urbana da cidade.

Diante das queimadas de proporções históricas que se alastraram recentemente em São Paulo, no Pantanal e na Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por apontar culpados em vez de reconhecer falhas do governo federal e assumir responsabilidades.

Ele não considerou, contudo, o corte de verbas em prevenção e combate a esses eventos que ocorreu já no começo da sua gestão.

Lula foi criticado, sobretudo de parlamentares de oposição, por entrar em contradição com uma das principais bandeiras de sua campanha presidencial: a defesa do meio ambiente.

O petista condenou diversas vezes o avanço das queimadas nos biomas nacionais sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) e prometeu um cenário melhor. Mas agora que as queimadas são mais numerosas e extensas em seu governo em relação ao anterior, Lula recorreu a gestos escapistas.

Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ao longo do ano de 2024 e antes mesmo do último fim de semana, de 1º de janeiro a 23 de agosto, o país já havia registrado 102.670 focos de queimadas, número recorde para o mesmo período nos últimos 14 anos.

Cerca de metade dos pontos se concentram na Amazônia. O maior patamar em igual base de comparação ocorreu em 2010, com 114.265 focos registrados.

A extensão da área queimada ultrapassou os 113 mil quilômetros quadrados no primeiro semestre, superando qualquer outro registro da série histórica que vem sendo contabilizada há 17 anos.

Fonte: Gazeta do Povo