A proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da jornada de trabalho no Brasil para um modelo 4x3 — quatro dias de trabalho seguidos por três de descanso — tem sido alvo de críticas de especialistas e setores empresariais.
A mudança, que vem sendo discutida como uma tentativa de modernizar as relações trabalhistas, divide opiniões sobre seus efeitos na economia e no mercado de trabalho.
Analistas e economistas alertam que a implementação obrigatória de uma jornada de quatro dias pode resultar em consequências indesejadas, como o aumento dos custos operacionais para empresas e a potencial elevação do desemprego.
A justificativa é que, com menos dias de trabalho, muitas empresas precisariam contratar mais funcionários ou pagar horas extras para manter a produtividade, o que poderia pressionar ainda mais os orçamentos — especialmente em uma realidade de recuperação econômica frágil.
Para setores que dependem de um funcionamento contínuo, como comércio, indústrias de manufatura e serviços, a adaptação a uma semana de quatro dias seria particularmente desafiadora.
Pequenas e médias empresas, que já enfrentam margens apertadas, poderiam ser as mais afetadas. A alteração tende a ser mais difícil para pequenos negócios, que têm menos flexibilidade financeira para arcar com custos adicionais.
Outro ponto de preocupação é a competitividade internacional das empresas brasileiras. Analistas apontam que, em um mercado globalizado, reduzir a jornada de trabalho sem uma compensação em produtividade poderia tornar os produtos e serviços nacionais menos competitivos.
Países que já adotaram a jornada reduzida o fizeram com base em ganhos substanciais de produtividade.
Críticos afirmam que a redução da jornada pode, paradoxalmente, prejudicar os próprios empregados. A possibilidade de aumento de custos para os empregadores pode levar à redução de contratações, congelamento de salários ou até demissões.
Na prática, o que pode parecer uma vantagem imediata para os trabalhadores deve se reverter contra eles se as empresas decidirem reduzir postos de trabalho ou transferirem custos para os consumidores.
Fonte: Conexão Política