Henrique Bredda
O que faz com que o Brasil sempre se reorganize depois de qualquer revolta, tentativa de revolução ou movimento separatista? A capacidade que existe no Brasil de negociar uma solução, abafar, desmantelar ou simplesmente destruir qualquer movimento que esteja desestabilizando o país é enorme.
A quantidade de revoltas não foram poucas:
Insurreição Pernambucana (1645-1654)
Revolta de Beckman (1684)
Guerra dos Palmares (1630-1694)
Guerra dos Emboabas (1707-1709)
Guerra dos Mascates (1710)
Revolta de Felipe dos Santos (1720)
Inconfidência Mineira (1789)
Conjuração Baiana (1798)
Revolução Pernambucana (1817)
Confederação do Equador (1824)
Revolta dos Malês (1835)
Cabanagem (1835-1840)
Farroupilha (1835-1845)
Sabinada (1837-1838)
Balaiada (1838-1841)
Revolta da Praieira (1848-1850)
Guerra dos Canudos (1896-1897)
Revolta da Vacina (1904)
Guerra do Contestado (1912-1916)
Revolução Constitucionalista (1932)
Por mais que um ou outro conflito tenha durado um pouco mais de tempo, nada foi substancialmente pra frente. A cada nova revolta, mais o Brasil se fortalece contra movimentos desestabilizadores.
Quando se fala dessa capacidade de busca do equilíbrio no Brasil, isso NÃO quer dizer necessariamente que seja atitude do Presidente da República, do Parlamento, do povo ou ainda do Judiciário. O protagonismo pode até ser, circunstâncialmente dependendo da época, de um ou de outro. Os protagonistas podem até mudar com o tempo, se rearranjar, aumentar ou diminuir em número, mas nunca inexiste.
Essa capacidade de busca do equilíbrio é a força que manda, que determina, que induz, à qual muitas instâncias de poder obedecem.
A capacidade de voltar ao equilíbrio é o verdadeiro Poder Moderador no Brasil que sempre toma as atitudes necessárias para que o país volte à sua nornalidade. Nem lá e nem cá, nem Suíca e nem Venezuela, mas sempre Brasil. E o que é o Brasil? Um lugar enorme, fértil, para onde uma família imigrante vem em busca de vida, fixa residência, acha trabalho, vive e melhora a sua vida. É assim há 500 anos.
Há quem diga que "agora é diferente".
Não, não é diferente.