Wesley Oliveira e Luis Kawaguti/Gazeta do Povo
O governo federal anunciou com pompa em uma entrevista coletiva que quase 6,7 mil caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) que perderam o prazo para recadastrar suas armas passaram a ser "alvos potenciais" da Polícia Federal. O prazo de recadastramento acabou na quarta-feira (3).
O ministro da Justiça Flávio Dino fez pressão afirmando que 50 pessoas tinham sido presas na quinta-feira (4). Porém, elas não foram detidas apenas por estarem com os documentos irregulares, mas sim porque tinham mandados de prisão em aberto - por crimes como homicídio, roubo e tráfico de drogas.
A explicação do governo para fazer a operação agora contra essas pessoas é que quem tem mandado de prisão em aberto não cumpre o requisito de idoneidade, necessário para possuir uma arma.
O ministro usou esse argumento para fazer críticas à gestão anterior e insinuar que os suspeitos puderam comprar armas legalmente. Mas ele não disse se os crimes cometidos pelos suspeitos detidos ocorreram antes ou depois da compra dos armamentos em questão.
Dino também não explicou por que a polícia não tinha realizado essas prisões antes, já que essas pessoas vinham sendo procuradas e tinham mandados em aberto.