A instalação da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro irá acontecer na próxima quinta-feira 25 de maio, informou o sistema do site do Senado Federal - o agendamento da reunião para oficializar o início dos trabalhos do colegiado só foi possível após os blocos partidários na Câmara e no Senado indicarem seus respectivos representantes, em número mínimo exigido, o que aconteceu na tarde desta quarta-feira 17 de maio
Partidos da oposição já haviam feito suas indicações, assim como algumas legendas da base aliada ao governo Lula (PT). O último a oficializar nomes para a Comissão foi o Centrão, que está concentrado em blocos no Congresso, com MDB e União Brasil.
Há uma expectativa muito grande em relação ao jogo de forças políticas que vai determinar o destino dessa CPMI. Se os governistas conseguirem controlar os trabalhos, como estão tentando, há um grande risco de toda a investigação acabar em pizza, como aconteceu com a CPI do COVID, que acusou inocentes, enquanto os que cometeram verdadeiramente atos criminosos, como a compra fake de respiradores no nordeste, não foram convocados sequer para prestar depoimento.
Por outro lado, se a oposição conseguir mexer as peças certas, poderá revelar à parte do povo que está alheia ao que aconteceu de verdade no dia 8 de janeiro, informações que vão deixar o governo em uma situação complicada.
Alguns parlamentares mais otimistas, como é o caso do senador Marcos do Val (foto), anunciam que o governo não resistirá à força das provas que serão apresentadas, e a queda será inevitável.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para prestar depoimento sobre os atos do dia 8 de janeiro.
O parlamentar, no entanto, ironizou a intimação e acusou o juiz de tentar impedir que ele integrasse a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apurará as invasões às sedes dos Três Poderes.
- Olhem o sistema agindo. Eu passei de testemunha para investigado. Isso é uma tentativa de me intimidar, de dizer que se eu prosseguir, estarei ferrado. Mas isso não me abala! Que se dane! - afirmou.
Do Val exibiu um email enviado pela secretaria do Congresso Nacional com o nome de todos os integrantes da CPMI, inclusive o nome do provável presidente que conduzirá os trabalhos. Na verdade, a votação deve ser feita pelos integrantes da Comissão.
O governo terá a maioria das vagas, o que já pode sinalizar como as investigações seguirão. Na lista de senadores, o nome dele não consta. Por isso, acredita que há um trabalho nos bastidores para impedir que ele participe.
O parlamentar disse que tem os principais documentos para indicar os rumos das investigações e, por esse motivo, o governo não tem interesse em permitir que ele trabalhe.
- O sistema é pesado! Muito mais do que vocês imaginam - concluiu.