A confirmação da cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pela Câmara na última terça-feira (6) marcou o início da derradeira fase de desmonte da Lava Jato.
A lista das próximas investidas contra a operação e seus protagonistas inclui pedidos de cassação do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), depoimento no Congresso de um dos maiores rivais dele e de Dallagnol e até a tentativa de abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigá-los.
“O sistema trabalha não para combater a corrupção. O foco do sistema é: vingança contra quem ousou colocar na cadeia políticos corruptos. Foi assim na Itália e é assim no Brasil”, afirmou Dallagnol em suas redes sociais na quinta-feira (8), referindo-se ao desfecho similar da operação Mãos Limpas no país europeu.
Naquele mesmo dia, o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato tinha sofrido mais um revés: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) resgatou uma condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) contra Deltan, do ano passado, exigindo que ele ressarcisse os cofres públicos em R$ 2,8 milhões que foram pagos pelo Ministério Público em diárias e passagens áreas concedidas a procuradores que integravam a força-tarefa da Lava Jato.
O acórdão do TCU sobre o caso havia sido anulado pela Justiça do Paraná, sob o argumento de que Dallagnol não recebeu nenhum valor e também não era responsável pela liberação da verba. Contudo, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu a anulação da sentença favorável ao então deputado, o que foi acatado pelo STJ por 6 votos contra 5.
Ainda na mesma semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli concedeu habeas corpus para o advogado Tacla Duran, inimigo da Lava Jato, participar de uma audiência na Câmara, convocada por deputados de esquerda. Tacla Duran, que hoje vive na Espanha, acusa Moro e Dallagnol de perseguição e extorsão, mas nunca apresentou provas que comprovem suas alegações.
Fonte: Gazeta do Povo