A rejeição de requerimentos para convocar o ex-chefe da Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Gonçalves Dias, à Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de janeiro gerou uma avaliação entre a oposição de que a base governista do colegiado está tentando blindar nomes ligados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Até mesmo o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), reconheceu que a jogada governista poderia colocar em risco a credibilidade das investigações conduzidas pelo colegiado.
GDias, como é conhecido o ex-chefe do GSI de Lula, se tornou um personagem importante para as investigações dos atos de vandalismo no Palácio do Planalto em 8 de janeiro depois que foram reveladas imagens dele caminhando e orientando invasores no dia do ato.
Depois disso, ele pediu demissão do cargo e teve que prestar depoimento à Polícia Federal. GDias também é suspeito de omitir, em um relatório enviado aos parlamentares em 20 de janeiro, que vinha recebendo alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dois dias antes, sobre a possibilidade de atos violentos em 8 de janeiro em Brasília.
Apesar das suspeitas sobre a atuação do ex-GSI de Lula, a base governista – que compõe dois terços das 32 cadeiras da CPMI – conseguiu evitar a convocação dele na primeira votação de requerimentos que ocorreu no colegiado nesta terça-feira (13). Além dele, a oposição não conseguiu emplacar nenhum nome que havia solicitado.
Por outro lado, a comissão aprovou a convocação de 35 pessoas, sendo a maior parte delas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid; Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI na gestão Bolsonaro; Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro; entre outros.
Fonte:: Gazeta do Povo