O especialista em liberdade de expressão, o advogado André Marsiglia, afirmou que a ação do Ministério Público Federal (MPF) contra a Jovem Pan é um pedido “sem precedentes em períodos democráticos”.
“Um pedido que passa de uma premissa muito perigosa. O Ministério Público e o Judiciário entendem que eles possam ser as pessoas a nos dizer quais veículos podem ou não permanecer no debate público. Essa premissa é absolutamente autoritária. Um pedido sem precedentes em períodos democráticos do Brasil e típico de regimes autoritários. Ainda que esse pedido não vá ser acolhido, ele por si só já constrange a liberdade de expressão do país e põe sob ameaça também as demais emissoras”, comentou.
De acordo com André, a ação também é uma tentativa de “estrangular” financeiramente o grupo.
“A censura não se dá apenas com uma canetada para que você não seja permitido a falar. Mas também numa tentativa de estrangular. Isso tudo faz parte de um bojo que é a de ‘se eu não consigo te calar, consigo pelo menos te desestimular’, ou, torno pouco rentável a possibilidade que continue se manifestando. É o que chamamos de censura colateral”, acrescentou.