"O Poder Judiciário no Brasil viveu e vive ainda um vertiginoso processo de ascensão institucional. Deixou de ser já há um tempo um departamento técnico especializado. Passou a ser um poder político na vida brasileira.”
Quando tais palavras vêm de um dos membros do Supremo Tribunal Federal, faria sentido que tivessem vindo em tom de lamentação, quem sabe de um ministro frequentemente vencido por uma maioria empenhada em fazer do STF esse “poder político”.
Mas não: vieram de alguém que não esconde sua satisfação e seu orgulho em relação a esse processo, que ele já defendeu em outros termos no passado. Trata-se de Luís Roberto Barroso, para quem a suprema corte tem um papel “iluminista” e precisa “empurrar a história”.
Falando na abertura do Encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, em Porto Alegre, Barroso afirmou que “houve mudança na natureza, no papel, na visibilidade, nas expectativas que existem em relação do Poder Judiciário”.
Ele defendeu a corte das críticas ao ativismo judicial, afirmando que as reclamações não passam de queixa de maus perdedores, inconformados quando o Supremo toma decisões que os contrariam.
“Aí, sinto muito”, acrescentou, de forma ligeiramente mais elegante que o “perdeu, mané” com que respondeu a um brasileiro em Nova York.
Fonte: Gazeta do Povo