Depois de conseguir maioria para aprovar a reforma tributária na Câmara dos Deputados, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua mobilizando partidos políticos na tentativa de ampliar a base aliada.
Diante disso, o petista tem conversas em curso para promover um verdadeiro "feirão de cargos" e com isso acomodar representantes do Centrão na atual gestão.
O foco agora está no comando da Caixa, Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), além da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
O Centrão integra o superbloco formado na Câmara pelo Progressistas, do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), União Brasil, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Patriota e pela federação PSDB-Cidadania. O grupo quer maior participação no governo Lula, como forma de garantir a implementação de suas pautas e interesses.
O bloco sustenta que o apoio à reforma tributária, considerada crucial para o país, merece uma compensação adequada em termos de poder e influência. Afinal, dos 382 votos a favor da reforma, 148 vieram desses partidos.
Aliado ao fato de que o governo tem na sua base propriamente dita pouco mais de 130 votos, o Centrão tem tradição de barganha política e negociações na história política. Além disso, foi e deverá ser fundamental na aprovação de temas importantes.
Por isso, não parece incomodado em demonstrar que quer mais espaço na estrutura governamental, com maior poder de decisão sobre política e aplicação de recursos públicos.
As negociações em torno dos cargos têm movimentado a Esplanada dos Ministérios mesmo durante o recesso parlamentar, com foco no Palácio do Planalto, onde estão se desenrolando as conversas e acordos para uma já chamada minirreforma ministerial.
Fonte: Gazeta do Povo