O órgão governamental responsável por algumas das estatísticas mais importantes do país, que orientam inclusive a elaboração de políticas públicas, estará nas mãos de um ideólogo radical.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede, por exemplo, indicadores como PIB, inflação e desemprego, será comandado pelo economista petista Márcio Pochmann, que já foi, nada mais nada menos, do que presidente do Instituto Lula, uma das organizações ideológicas mais radicais e controversas do país, envolvida, inclusive, em vários escândalos de corrupção.
A escolha foi de Lula, que a empurrou goela abaixo da ministra Simone Tebet, do Planejamento, pasta à qual o IBGE é vinculado; a ela restou simplesmente dizer que sabia da intenção do presidente de apontar um nome e que, seja quem fosse o escolhido, ela acataria a indicação sem questionar.
Sem um cargo público para manter, a economista Elena Landau, que “fez o L” no segundo turno depois de ter elaborado o programa econômico da campanha de Tebet, não economizou palavras: “é um dia de luto para a estatística brasileira”.
Landau e outros economistas que declararam voto em Lula no segundo turno e agora criticam a nomeação de Pochmann – caso de Edmar Bacha, que se disse “ofendido como ex-presidente do IBGE” – não podem alegar ignorância, pois sabiam (ou ao menos deveriam saber) muito bem que é prática corrente do PT rebaixar as instituições de Estado a puxadinhos do partido e de sua ideologia.
Mas estão certíssimos na crítica, pois a passagem anterior de Pochmann por um cargo semelhante, a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012, dá todos os motivos possíveis para preocupação.
Fonte: Gazeta do Povo