Embora termos como fake news e discurso de ódio venham ganhando destaque em debates sobre segurança nacional – não só no Brasil, como em outros países de democracia sólida, a exemplo dos Estados Unidos – experiências mundiais mostram que o combate às “notícias falsas” é um argumento recorrente entre as ditaduras, para censurar e reprimir dissidentes.
Com a liberdade de expressão em baixa no mundo, no último ano, o número de jornalistas presos por exercer a profissão bateu novo recorde global.
De acordo com um levantamento do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), organização independente e sem fins lucrativos, baseada em Nova York, no início de dezembro, havia 363 repórteres privados de liberdade (20% a mais que no ano anterior) no planeta, 39 deles sob a acusação de propagar notícias falsas.
Os cinco líderes no ranking de encarceramento de profissionais de imprensa são Irã, China, Mianmar, Turquia e Belarus.
“Prender jornalistas é apenas uma medida de como os líderes autoritários tentam estrangular a liberdade de imprensa.
Em todo o mundo, os governos também estão aperfeiçoando táticas como leis de 'notícias falsas' e utilizando difamação criminosa e legislação vagamente redigida para criminalizar o jornalismo; estão ignorando o Estado de Direito e abusando do sistema judicial, e explorando a tecnologia para espionar os repórteres e suas famílias”, analisa Arlene Getz, diretora editorial do CPJ.
Fonte: Gazeta do Povo