Bahia e Rio de Janeiro são dois dos mais procurados destinos turísticos do país durante o verão. Este ano porém, quem vai viajar para aproveitar as férias, pensa duas vezes antes de ir para um desses lugares, afinal de contas, de uma hora pra outra pode se ver envovido em um tiroteio que não sabe onde nem porque começou.

Nesses dois estados brasileiros, as facções criminosas ligadas ao narcotráfico estão mandando mais em certas comunidades do que o próprio governo.

Há relatos de bairros inteiros onde são os traficantes que dizem, por exemplo, que horas os estabelecimentos comerciais devem abrir ou fechar. Eles decidem até quem pode e quem não pode transitar por determinadas ruas. 

Recentemente, em uma praia de Salvador, os bandidos retiraram todos os clientes que estavam nas barracas de praia, alegando que os donos dos estabelecimentos não tinham pago o que eles denominam de "taxa de segurança", um valor que é extorquido dos comerciantes, para que eles possam trabalhar sem serem incomodados pelos criminosos. 

A volta do crescimento no número de assassinatos no Rio de Janeiro e na Bahia coincide com os oito primeiros meses de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de a segurança pública ser uma responsabilidade formal dos Estados, o governo federal tem lançado planos para tentar conter a criminalidade. As medidas estão sendo vistas como insuficientes e eleitoreiras por integrantes da oposição e analistas de segurança pública.

As duas principais linhas de ação da União para combater a violência no país são o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), anunciado no início do mês pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e a possível recriação do Ministério da Segurança Pública (que hoje faz parte do Ministério da Justiça).

O número de homicídios no Rio e na Bahia vinha caindo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas voltaram a subir desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência.

No Rio, os homicídios dolosos caíram 6% entre 2021 (3.253 casos) e 2022 (3.059). Mas, nos oito primeiros meses de 2023, houve uma alta de quase 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio.